terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Diário de Singapura: Dia 3

"Merlion" (um leão-sereia) é a mascote oficial de Singapura. A parte de peixe deriva das origens históricas do país, inicialmente caracterizado pela sua actividade piscatória. A parte de leão provém do facto de "Singapura" significar "cidade do leão" em malaio. Uma estátua dela, de 8 metros e meio e 70 toneladas, vigia fixamente as águas da região. No entanto, não há qualquer conto histórico remoto que envolva a híbrida criatura, sendo apenas fruto imaginativo da estratégia de um Estado que, na década de 60, pretendeu promover intensivamente o turismo na zona. A julgar pelos magotes de pessoas que ao redor do monumento empunham telemóveis e máquinas fotográficas, quase se atropelando por um retrato com o ser mitológico empedernido, foi plenamente bem-sucedida.

Poucos quilómetros adiante, Chinatown demonstra a pujante multiculturalidade que também define esta ilha do Sudeste asiático, onde diferentes tradições de diferentes crenças são respeitadas de igual maneira. Entre o cheiro do incenso e o murmúrio das orações, mesquitas, templos hindus, santuários budistas e taoístas encontram-se separados a curtas distâncias entre si, numa vivência pacífica e comovedora de aceitação e tolerância mútua pelas respectivas fés.

Numa nota final e mais leve, ver a Singapura do hoje potencia, por vezes, a sensação de se estar a olhar para uma janela do Portugal do amanhã, nomeadamente no âmbito dos produtos inovadores a serem comercializados. Será uma questão de tempo até que, em magnas terras lusitanas, os monitores de computador venham num formato côncavo panorâmico, até que as torradeiras contenham uma frigideira incorporada, até que as "vending machines" disponibilizem cartas do Pokémon ou até que os Cornettos tenham o sabor de brownie de chocolate negro como opção. Aguardemos esperançosos. Sobretudo, pelo último elemento desta enumeração.







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