Perguntaram ao cineasta George Sidney se ele achava que, nos seus filmes, havia um "Sidney touch". A resposta? "I love beautiful people."
"Beautiful" Ann-Margret no "The Swinger" (1966)
No clímax de "Ad Astra", o pai astronauta diz ao filho para o "deixar ir" de regresso ao vácuo infinito do espaço sideral. No clímax de "Armageddon Time", um amigo diz para o outro para também "deixar ir" o desfecho dramático que encontra. E eu é que devia "deixar ir" os paralelismos cinéfilos autorreferenciais sem anotá-los por qualquer razão.
Ad Astra (2019), James Gray
Armageddon Time (2022), James Gray
"-Mãe, faz-me uma sobremesa.
-Faz tu, olha.
-Sabias que no 'Hamilton' existe uma canção sobre o luto por um filho? O primogénito de um dos pais fundadores dos EUA morreu num duelo, e o musical dedica uma canção inteira ao processamento da sua morte pela parte dos progenitores. O mais curioso é que o coro desta canção, ao invés de se pôr com metáforas e comparações que tentem dar uma ideia aproximada dessa dor, limita-se a designar este luto como 'o inimaginável'. A letra diz assim: 'Se o vires a andar sozinho / Se o vires a falar sozinho / Tem compaixão / Ele está a atravessar o inimaginável'. Este 'inimaginável' parece-me um termo justo e o único possível. Que achas?
-Queres mousse ou serradura?"