segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Poderia dizer que gosto do "The Shallows" porque o exercício habilidoso de série B estival escasseia no quotidiano, porque a representação do confronto intemporal Homem vs. Natureza num cenário espacialmente concentrado é de manifesta eficácia, porque acredita numa pureza cinematográfica onde o desenvolvimento narrativo é guiado menos pelo diálogo do que pela acção, porque vive dessa noção oximorónica tão visualmente apelativa que é a da claustrofobia a céu aberto.

Mas também poderia dizer que gosto do "The Shallows" porque me permite contemplar, durante 70 minutos, a Blake Lively em biquíni e fato de surfista. E não seria um argumento menos válido.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Isto da cinefilia é também uma maneira de dizermos que somos ou não somos "da família de" certos cineastas. Por exemplo, no meu caso, mesmo que haja um ou outro filme de que gosto bastante, insisto em não fazer parte da família Lynch, Tarantino, Coppola (filha) ou von Trier. Por outro lado, mesmo nos filmes que acho enormes tiros no pé, faço questão de dizer que sou da família Allen, Schrader, Coppola (pai)... E da família Denis também.

(Prémio de realização, nesta Berlinale, por "Avec amour et acharnement".)



terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Há dias em que não apetece mexer uma palha


Jane Russell para still publicitário de "The Outlaw", George Hurrell
Eva Green para a "Glamour magazine", Ellen Von Unwerth

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

A propósito do centenário de «Ulisses»

«A arte tem de nos revelar ideias, essências espirituais amorfas. A questão suprema acerca de uma obra de arte é quão profunda é a vida de que ela brota. A pintura de Gustave Moreau é a pintura de ideias. A mais profunda poesia de Shelley, as palavras de Hamlet põem a nossa mente em contacto com a sabedoria eterna, o mundo das ideias de Platão. Tudo o resto é a especulação de discípulos para discípulos.»

«Ulisses», James Joyce. Trad. Jorge Vaz de Carvalho

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Marilyn Monroe Reads Joyce’s Ulysses at the Playground (1955), Eve Arnold