segunda-feira, 25 de novembro de 2019

O Daniel Reifferscheid convidou-me para o seu podcast Prestes A Ver, o único exclusivamente dedicado ao cinema português, onde em cada episódio se debate um filme nacional à escolha do convidado. Falámos do Juventude em Marcha de Pedro Costa, filme de que assumidamente não gostei à primeira vez, para, após repetidas visualizações, se ter tornado no meu favorito do realizador (e não é fácil eleger só um Costa).

Ora, sucede que, derivado da minha escolha, o Daniel teve agora o seu primeiro contacto com o filme, o que resultou numa opinião semelhante à minha na altura. Foi uma conversa de que tive gosto em participar por isso, pelo contraste entre duas visões e reacções diametralmente opostas a uma mesma obra, e onde ouvir o Daniel foi um pouco como ouvir-me há uns anos (mas, evidentemente, de forma muito mais aprofundada e eloquente).

Partilhamos os nossos argumentos e interpretações, soltamos as nossas referências aqui e ali, discutimos o labirinto de memórias de que o filme é feito (assim como alguns elementos que podem ajudar a percorrê-lo), estética, ética, a resistência emanada na carta de amor de Ventura, tudo isto são apenas algumas das coisas discutidas com o Daniel, a quem deixo um voto de muito sucesso com o projecto e a reiteração do agradecimento pela oportunidade fornecida.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

"Ele: E qual é a sua área?
Eu: Oh, eu não sou como estas senhoras. Sou de engenharia.
Ele: Que tipo de engenharia?
Eu: Hmm... um tipo de engenharia química.
Ele: Eu tive química e matemática. Tabela de Mendeleev, não é?
Eu: A tabela de Mendeleev, exactamente! Mas onde é que aprendeu isso?
Ele: No exército romeno. Ensinaram-me os russos.
Eu: Os russos?!
Ele: Sim, estive no exército 4 anos e eles iam lá ter connosco. Sabes fazer explosivos?"
Eu: Explo...?! Não!
Ele: Eu sei."

Palavra de honra que o que eu mais gosto no voluntariado corporativo com os sem-abrigo é ouvir as histórias de vida que têm para contar.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Textos Outubro 2019

Textos publicados no À Pala de Walsh em Outubro. O primeiro, um par de parágrafos sobre o novo James Gray, Ad Astra, o segundo impressões de um agradável café com um velho amigo, na forma de uma crítica mais extensa, ao mais recente Woody Allen. 

http://www.apaladewalsh.com/2019/10/comprimidos-cinefilos-setembro-3/

http://www.apaladewalsh.com/2019/10/a-rainy-day-in-new-york-chove-no-meu-coracao/

Evento cinéfilo do ano

Uma. Só pedia que uma pessoa dissesse assim um dia, "Epá, aquele gajo podia ser apalermado, mas numa coisa tinha razão: 'o La Roue' é, de facto, o mais belo filme do mundo", e morreria um homem feliz.

Nova versão restaurada de 7 horas (e, ao que tudo indica, a integral) a passar em duas partes no ArteTv. A primeira no passado dia 28, a próxima nesta segunda-feira. E fizeram até um documentário interessantíssimo, tanto do ponto de vista da análise cinematográfica como de restauração técnica, sobre ele.