Em todos os programas de comentário político que acompanho, dedica-se demasiado tempo (para não dizer todo) para discutir os últimos comentários infelizes do presidente português. E não se dedica o suficiente (para não dizer nenhum) para discutir a trágica lei recém-aprovada pelo parlamento britânico que permite a deportação de imigrantes ilegais para o Ruanda.
O primeiro tema é capaz de ocupar 30 minutos de um programa. O segundo, nem a 3 segundos tem direito. Se, como tantos dizem, somos uma sociedade rendida às superfícies e às frivolidades, também é porque a televisão, quando devia ser mais substancial e dar provas de relevância, demasiadas vezes nos ensina a olhar para o mundo dessa maneira.
(Felizmente, há os cartoonistas do POLITICO Europe. O humor faz mais pela democracia e pela consciência social do que muito programa sério. Mas isso já eu sei há anos.)