quinta-feira, 19 de maio de 2022

Não sei como foi viver o Maio de '68, mas sei um pouco do que foi ouvir os seus sons, muito graças a este álbum (o primeiro a solo de Vangelis): uma colagem musical feita de passos, cantos, conflitos, disparos, sirenes e outros elementos sónicos que caracterizaram o ardor, a euforia, o optimismo (mas também o perigo, o caos, a violência) do movimento estudantil francês, ocasionalmente intercalada com os órgãos e pianos típicos do compositor. 

É uma homenagem sincera ao espírito "soixante-huitard", uma viagem no tempo acústica a um revolucionário evento geopolítico, um lembrete arrojado da força que acarreta um grupo de pessoas quando acreditam e pelejam pelos seus ideais. Mas talvez o maior elogio seja também o mais simples: é um disco tão bonito como o título que carrega, roubado a um slogan grafitado por entre as barricadas de pedras e carros erguidas, "Faz com que o teu sonho seja mais longo do que a noite".

É o "meu" Vangelis e por isso com ele deixo a minha despedida.

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