quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Diário de Singapura: Dia 5

Como é a praia de uma democracia iliberal? Na região singapurense de Sentosa, existem algumas que poderão ajudar a responder a essa questão. A serenidade amarela do areal é perturbada pela autoridade cinzenta dos postes das câmaras "dome", as quais servem de permanentes e incansáveis sentinelas. Os nadadores-salvadores encontram-se numa torre elevada com uma placa azul fixa que adverte da interdição de banhos a partir das 19h. E, à entrada, não são incomuns os avisos da punição advinda, por lei, relativamente ao consumo de bebidas alcoólicas entre a noite e a manhã do dia seguinte.

Mas, como é recorrente neste país, onde há monitorização há também inovação. Daí que aqui se vejam elementos aliciantes estranhos a olhos estrangeiros, como um quiosque electrónico de protector solar ou QR Codes que apresentam a qualidade da água, informando o eventual banhista se é seguro entrar nela. Acrescente-se a isto componentes recreativos como pontes de corda que criam caminho para pequenas ilhas rochosas, cordas rijas para se fazer slide ou cadeiras suspensas na areia e acentua-se a impressão de se estar numa praia proveniente de um futuro não muito distante. Para o melhor e para o pior.

PS: Para os amigos da área da biologia, duas atracções zoológicas: a primeira, o Sea Aquarium, o equivalente ao nosso Oceanário; a segunda, o Mandai Night Safari, o Badoca Park cá do sítio (mas numa dinâmica nocturna e com boa bicharada da grossa).

PSS: Na publicidade das ruas, encontro um familiar rosto wong kar-waiano.









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