quinta-feira, 30 de outubro de 2025

"Protuberâncias soberbas, doces convexidades"

No último "Assim vamos ter de falar de outra maneira", é abordada uma questão querida a muitos rapazes de qualquer geração: "Quando viste o primeiro par de seios na tua vida?" Os intervenientes apontam filmes e séries visualizados na adolescência. No meu caso? Comparado com eles, fui mais precoce, tendo tido uma infância nesse aspecto felizarda graças a outro tipo de entretenimento também popular numa era pré-internet: genéricos de telenovelas da TVI.  

Duvidam? Então, abram uma janela no youtube, façam uma maratona deles e deixem-se surpreender com a quantidade de seios que por lá pululam:

  • "Jardins proibidos"? Seios sob vales florescentes. 
  • "Baía das Mulheres"? Seios flutuando no interior de bolhas aquáticas.
  • "Anjo Selvagem"? Seios revelados ao ritmo de queda de um lençol azul.
  • "Olhos de água"? Seios numa criatura surrealista meio-árvore, meio-mulher.
  • "Queridas feras"? Seios num corpo despido dançando em cenário pouco iluminado. 

Até ao "Tu e Eu", duas coisas estavam praticamente asseguradas nos genéricos das telenovelas do canal 4: estética kitsch e maminhas ao léu. Andavam alguns da minha geração esperando pacientemente que os pais saíssem de casa para usurpar a cassete do "Titanic" e fazer "fast-forward" para uma certa cena, quando, afinal, bastava apenas ser bom filho e fazer companhia à mãe todas as noites durante um breve minuto. Um minuto que, recorde-se, passava em horário nobre e sem bolinha. O que safou a estação de Queluz de Baixo foi não haver redes sociais na altura.

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