terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Gosto de ler programas eleitorais. Para garantir a consciência do meu sentido de voto? Para ficar devidamente informado do manancial de ideais defendido por cada partido? Nada disso. Leio programas eleitorais pela simples diversão que obtenho com a verbalização de algumas medidas. Por exemplo, esta do Volt sobre "Punir discriminação (...) de pessoas em não-monogamias consensuais ou fruto destas". "Discriminação"? Mas o que é isto? Existem indivíduos em relacionamentos abertos que são vilipendiados na rua, sendo alvo de agressivos achincalhes como "Ó não-monogâmico, vai para a tua terra de poligamias!"? E os seus filhos? Terão de lidar com bullying na escola através de vitupérios como "Filho da poliandria!"? Há entrevistas de emprego onde se pergunta, "E o senhor, é casado? E qual a regularidade com que participa, acompanhado de sua esposa, em bacanais aos sábados à noite?", correndo-se o risco de exclusão do processo? E quando foi a última vez que ocorreu uma manifestação com cartazes empunhando a frase "NON-MONOGAMIC LIVES MATTER!"? Finalmente, que ideias têm eles para aquelas "campanhas de sensibilização" referidas? Se estamos a falar de segmentos televisivos com várias pessoas em momentos de recreio que envolvem uma cama, eu tenho algumas desde a adolescência. Estou disponível para cedê-las. E até para participar nas rodagens dos ditos em regime "pro bono".

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