No final do ano passado, o amigo Roni Nunes convidou-me para uma pequena conversa sobre "The Last Picture Show" para o seu Culturaxxi. Por uma coincidência infeliz, é hoje, quando o cinema veste o luto pelo seu realizador, que fica publicada. Se o diálogo parece indiferente ao desaparecimento de Bogdanovich, tal deve-se ao facto de não ter sido elaborado com esse pensamento em mente, mas com aquele de que o cineasta aguardava o término da pandemia para iniciar a rodagem de "One Lucky Moon". Nunca o veremos, e a perda é totalmente nossa.
Mais do que os filmes, leiam-se os livros de entrevistas aos grandes cineastas que publicou, sempre acompanhados por introduções agridoces onde o genuíno amor pelo cinema anda de mãos dadas com a nostalgia. A pena de Bogdanovich era tão memorável como a sua câmara, estando em ambas presente um olhar totalmente cativado e embevecido pela História do cinema. É esse olhar de um romantismo cinéfilo contagiante o que mais falta nos vai fazer.
Resta-me agradecer ao Roni, tanto pelo convite como pelo motivo dado para rever esta obra-prima intemporal. Foi um verdadeiro prazer.
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