terça-feira, 16 de julho de 2019

Isto já estava lá tudo

Não é novidade nenhuma dizer isto, mas tudo ou quase tudo aquilo que caracteriza o cinema de Michael Mann está logo presente no seu primeiro filme. Que, mais néon menos néon, mais bandido menos bandido, se pode resumir em três pontos-chave: a noite na cidade, as mãos (seja ao trabalho ou a agarrarem-se), e uma linha distante onde mar e céu se tocam, que talvez esconda o único sítio onde os protagonistas de Mann possam encontrar um pouco de paz para o cansaço existencial que levam.



Thief (1981), Michael Mann

segunda-feira, 15 de julho de 2019

O nosso herói: "Ajudava as pessoas na feira a acartar coisas e elas davam-me gorjetas. E com o dinheiro que fiz dessas gorjetas, paguei duas aulas de guitarra dadas por um chinês."

Um antigo cantor de bailaricos da aldeia: "Peguei numa mini fria, e pumba, aquilo lixou-me uma corda vocal."

Um homem com aspecto de mauzão: "Eu às vezes, quando estou em baixo em termos amorosos, ponho-me a ouvir as músicas do Tony. E aquilo bate-me."

O nosso herói, no fim de um concerto numa pequena terra: "À esquerda, temos CDs à venda. Se quiserem, vão comprá-los que eu faço um autógrafo. E as bailarinas também fazem... autógrafos!"

E o plano com fotografias do nosso herói com uma fã, coladas nesse objecto caseiro tão favorável a memórias chamado bimby.

(Se se lembrarem de mais, acrescentem.)

quarta-feira, 10 de julho de 2019

A quem interessar, umas palavras sobre o novo filme da Claire Denis, bastante divisório por cá. Eu gosto.

(Adicionalmente, hoje às 19h na Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema, passa o "Beau Travail" dela. Quem não o conhece, tem agora uma oportunidade de ouro de o fazer. É um dos verdadeiros casos em que o filme faz jus ao título que acarreta.)

http://www.apaladewalsh.com/2019/07/high-life-galahad-a-zelar-pela-ordem-de-solaris/?fbclid=IwAR2RH4AJ4wg9W894uiV_WtfUkomOJ2pxi41RggZGXmK7No2BUJVxrS_s90A