O Livre, o partido-coqueluche da actual esquerda portuguesa, tem uma visão peculiar da função das escolas. Diz o seu programa eleitoral que a escola deve ter um "desenvolvimento centrado no humanismo, na empatia e na cidadania", não se revendo "num sistema de ensino centrado nos conteúdos" e que a fiabilidade das provas escritas para avaliar os estudantes é uma "ilusão".
E uma pessoa tenta imaginar como seriam as escolas portuguesas se o Livre gerisse o Ministério da Educação, com os conteúdos secundarizados e o foco centrado "nos valores humanistas":
"-Joãozinho, 7x4?
-Não sei, professora. Mas vi ontem o 'Ladrões de Bicicletas'. E chorei muito.
-Bravo, Joãozinho! Nota máxima a matemática e quadro de honra no final do ano!"
Ou então como seriam os processos de selecção para entrar em faculdades de engenharia, gestão ou medicina. Médias escolares e exames que espelhem o conhecimento e esforço individual de cada aluno no percurso de aprendizagem das respectivas matérias? Não, não! É agrupar todos os candidatos em grupos de 25 numa sala e pedir-lhes composições sobre um de 3 temas: Gaza, Ucrânia ou o ressurgimento de bairros de lata na margem Sul. De 300 a 400 palavras, claro. Menos do que isso revela pouco compromisso humanista. E mais, uma falta de empatia estrutural pelos pobres estudantes.
Sem comentários:
Enviar um comentário