quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Do cavalheirismo na política

Nos EUA, ontem, ocorreu o último debate para as primárias republicanas. Nikki Haley revela-se, cada vez mais, a potencial candidata capaz de enfrentar Trump nas eleições internas do próximo ano, tal a velocidade galopante com que veio a subir nas sondagens e a angariar novas doações. Ron DeSantis e Vivek Ramaswamy (outros 2 candidatos) sabem-no e, numa tentativa desesperada de manchar a imagem da sua rival, passam os primeiros 25 minutos do debate a atacar sistematicamente Haley. Sobretudo, Ramaswamy, e de um modo bastante primário. Até que Chris Christie (o meu favorito na corrida e, infelizmente, aquele que surge em último nas sondagens) farta-se do nível rasteiro das investidas e assume o púlpito para dizer o seguinte:

«Estamos a 25 minutos do debate e ele [Ramaswamy] insultou a inteligência básica de Nikki Haley. Não as suas posições, mas a sua inteligência básica. "Ela não sabe as regiões da Ucrânia.", "Ela não sabe encontrar algo no mapa que o filho de 3 anos consegue." Olhem. Se quiserem discordar em questões, não há problema. A Nikki e eu discordamos nalgumas. Mas digo-vos isto. Conheço-a desde há 12 anos - que é mais tempo do que ele está a votar no Partido Republicano - e embora discordemos em certos temas e em quem deve ser o presidente dos EUA, não discordamos de que esta é uma mulher inteligente e realizada. Por isso, devias parar de insultá-la.»

Num tempo onde tantos políticos revelam pouca integridade e muita boçalidade, que bem sabe ver alguém como Christie para nos fazer voltar a acreditar na força de carácter e no cavalheirismo.

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