quarta-feira, 14 de setembro de 2022

É estando nas reuniões de empresa que uma pessoa compreende quão realmente limitada é a sua língua materna perante um mercado globalizado, onde só o jargão corporativo cheio de estrangeirismo permite uma comunicação eficaz, precisa e sem o mínimo resquício de ambiguidade, assegurando a todos os envolvidos que quem a ele recorre domina integralmente a sua área e está plenamente empenhado nas suas tarefas.

Como tal, não se marcam reuniões, marcam-se "calls". Não se efectua um "aquecimento", efectua-se um "icebreaker". Não se faz uma "actualização", faz-se um "update". Não se cria uma "tempestade de ideias", cria-se um "brainstorming". Não se fala em "conhecimento prático", fala-se em "know-how". Não se desenvolvem "habilidades", desenvolvem-se "skills".  Não se cumpre uma "data-limite", cumpre-se um "deadline". Tudo isto antes de um "coffee-break" onde poderemos comentar os "briefings" uns dos outros, até retomarmos para alinhar "next steps" e, talvez, agendar aquele tão cobiçado "teambuilding".

(Claro que o Gato Fedorento já advertia disto tudo há uns anos.)

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