sexta-feira, 15 de outubro de 2021

À Armas! À Armas! Sobre a terra, sobre o mar.

O Fritz Lang costumava contar uma história sobre o Harry Cohn e de como este sabia que um filme tinha tempo a mais. Dizia o Lang que, no final de um determinado visionamento a que assistiu com o controverso produtor, ele levantou-se da cadeira, aproximou-se do ecrã prateado, virou-se para os presentes na sala e disse: "Este filme é bom. Mas tem exactamente 19 minutos a mais." Perguntaram-lhe: "Mas porquê 'exactamente' 19? Porque não 15 ou 30?" Resposta do Cohn: "Porque, a exactamente 19 minutos do fim, comecei a sentir comichão no meu rabo. E se eu sinto essa comichão, então a audiência também sentirá." E dizia o Lang, quando acabava de contar isto, que o Cohn tinha razão, que a partir do momento em que um espectador sentia comichão no seu derrière, então o filme tinha-o perdido. Quem dirá que é mentira?

Tendo esta história em conta, deixem-me dizer o que senti com o último 007. A 1 hora do fim, começo a sentir a tal pequena comichão; a 45 minutos, começo a questionar-me se estou em contacto directo com uma corrente eléctrica de 5 miliamperes; a 30 minutos, sinto a evolução violenta para um denso monte de urtigas; e a 15 minutos, estou a olhar para baixo, a tentar descobrir se algum energúmeno deixou uma STIHL ligada no meu lugar.

(A boa notícia é: mas antes há Ela, o melhor do filme "by a long shot", capaz de eclipsar tudo o que vem antes e ofuscar tudo o que virá depois. E por isso em verdade, em verdade vos digo: não é a Ana de Armas que é a nova Bond Girl, é o James Bond que é o novo Armas Boy.)

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