sábado, 26 de setembro de 2020

De todas as correntes filosóficas, o estoicismo foi aquela que verdadeiramente abordou as grandes questões intemporais da Humanidade. Por exemplo, em «Meditações», para além do lugar do Homem no Cosmos, da inevitabilidade da morte e da busca constante pelo auto-aperfeiçoamento, o sábio imperador Marco Aurélio dá também conselhos sobre como lidar com a falta de higiene alheia:

«Irritas-te com aquele cujo hálito ou axilas são desagradáveis? Como pode o homem evitá-lo, se tem tal boca ou axilas? Tais partes têm de soltar tais exalações. Mas, dirão, o homem é dotado de razão e, reflectindo, pode dar-se conta do seu desmazelo. Bom, tu também és dotado de razão. Suscita as faculdades racionais dele com as tuas, mostra-lhe o seu erro, admoesta-o. Se te der ouvidos, curá-lo-ás e será escusada a irritação. Não tenhamos exclamações trágicas contra os vícios e injúrias de terceiros; nem uma concordância com eles, como as meretrizes.» (Livro V, 28)

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