terça-feira, 15 de agosto de 2017

Split focus diopter

A minha grande descoberta cinematográfica recente não foi um filme nem um realizador. Antes uma lente, o split focus diopter (desconheço o termo português), meio-vidro convexo que se coloca sobre a lente da câmara de filmar, e que permite ter objectos às mais variadas distâncias bem focados. Uma brincadeira com a profundidade de campo, portanto, sendo identificável visualmente através da presença de uma ligeira turvação a meio do enquadramento que, ainda assim, pode ser disfarçada.

Foi usado por, entre outros, Wyler, de Palma e Spielberg, mas tem vindo a cair em desuso por causa do digital. Em baixo alguns planos de filmes que recorreram ao seu uso. Alguns parecem split-screens, mas não são. É apenas fotografia.

The Untouchables, 1987, Brian de Palma

Unforgiven, 1992, Clint Eastwood

Casualties of War, 1989, Brian de Palma

Jaws, 1975, Steven Spielberg

All the President's Men, 1976, Alan J. Pakula

The Haunting, 1963, Robert Wise

Blow Out, 1981, Brian de Palma

The Children's Hour, 1961, William Wyler

Split focus diopter

terça-feira, 25 de julho de 2017

De um Gigante para Outro

«Sabe melhor do que ninguém (e nisso consiste o seu mais poderoso auxiliar) com que força irresistível os criminosos, sobretudo os intelectuais, experimentam esta tentação [de confessar os respectivos crimes]. O grande Edgar Allen Poe escreveu a esse respeito obras-primas que constituem exactas anotações da verdade.» 

Leão Tolstoi, "O Homem dos Olhos Brancos" in Polikuchka (Publicações Europa-América).

(A quem interessar, Rimbaud chamou ainda a Os Miseráveis, "um verdadeiro poema".)

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Para guardar do «Elle a passé tant d'heures sous les sunlights...»

«Il me reste d'être l'ombre parmi les ombres
D'être cent fois plus ombre que l'ombre
D'être l'ombre qui viendra et reviendra
dans ta vie ensoleillée.»

Robert Desnos

(Via este belo filme de Garrel)






 




sexta-feira, 21 de julho de 2017

Dos abraços de "Little Men"

«Ira Sachs (...) usufrui de uma tendência quase proustiana em relação à juventude, galgando pela tenra carne do elenco jovem, servindo-os de condutor para uma perspectiva de "dois gumes" por entre mundos não combinados. O lado adulto, imperceptível para os nossos protagonistas, e os anos verdes, negligenciados por adultos inseridos em vórtices existenciais e ideológicos.»
Hugo Gomes sobre Little Men (2016) de Ira Sachs.

Filho-Mãe; Pai-Filho; Pai-Mãe. O abraço é o único consolo que une os vários mundos geracionais e incompatíveis de Little Men.




Títulos...

-We Can't Go Home Again
-One From the Heart
-De Tanto Bater o Meu Coração Parou
-Nós Controlamos a Noite

Andava para aqui a pensar quais seriam os títulos de filmes mais bonitos que conhecia e ocorreram-me estes.