quarta-feira, 17 de abril de 2019
domingo, 7 de abril de 2019
terça-feira, 2 de abril de 2019
sábado, 30 de março de 2019
Miguel Ângelo e Maquiavel
Uma história gira da autobiografia do DeMille sobre a origem daquilo a que é designado na fotografia e no cinema como "Iluminação Rembrandt", e para lembrar que Miguel Ângelo e Maquiavel têm de andar de mãos dadas, de quando em vez.
«Uma boa parte da magia do Belasco no palco era o seu maravilhoso uso de efeitos luminosos. Treinados nessa escola, Wilfred Buckland e eu decidimos experimentar [durante a rodagem de "The Warrens of Virginia"], tal como o D.W. Griffith e o Billy Bitzer também estavam a fazer, com efeitos de luzes especiais. Estava à procura de naturalismo: se um actor estava sentado ao lado de um candeeiro, era grosseiramente irrealista mostrar ambos os lados do rosto igualmente iluminados, portanto, com alguns holofotes emprestados da Mason Opera House, começámos a fazer sombras onde elas apareceriam naturalmente.
Buckland, Alvin Wyckoff, e eu ficámos muito satisfeito connosco próprios enquanto artistas, até a primeira cópia de The Warrens of Virginia ter chegado a Nova Iorque, e um Sam Goldfish muito perturbado ter mandado um telegrama a perguntar o que estávamos a fazer. Não sabíamos que se mostrássemos apenas metade da cara de um actor, os exibidores só quereriam pagar metade do preço habitual de um filme?
Há alturas em que o Miguel Ângelo mais puro é ajudado por um toque de Maquiavel. Jesse e eu respondemos ao Sam a dizer que, se os exibidores não sabiam o que era a "Iluminação Rembrandt" quando a viam, pior para eles. A resposta do Sam estava exultante de alívio: por "Iluminação Rembrandt" os exibidores iriam pagar o dobro!»
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The Cheat (1915), Cecil B. DeMille |
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The Golden Chance (1915), Cecil B. DeMille |
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019
domingo, 24 de fevereiro de 2019
Acabo de ver o Walk the Line do Mangold, e leio as críticas dos suspeitos do costume que foram escritas desde a altura. Deve ser picuinhice minha, mas fico espantado por nenhum deles referir este pormenor que está perto do princípio do filme (do qual gosto bastante): as nuvens. É do meu entender que, como o outro dizia do vento a soprar nas árvores, foi uma coisa que veio a desaparecer dos filmes ao longo dos anos. Pelo menos assim, a ocuparem tanto espaço visual e com a linha do horizonte ali no fundo a lembrar o cinema de Ford ou desses outros que faziam da paisagem atmosférica matéria-prima para enquadramentos pictóricos. Valorizo quando encontro casos que levantam a suspeita de que estou errado, caramba.
Vale, por isso, sempre a pena recordar a importância que elas tinham no cinema clássico por esta história do Hawks contada ao Bogdanovich sobre a rodagem de uma cena do Red River: «We were working in a basin, completely surrounded by hills. Well, clouds pile up on hills. In Tucson, if you shoot north, you’ve got bare skies; if you shoot south, the mountains are down there and you’ll always get clouds. So when you’re picking out a location, just figure that. Anyway, we were shooting and the wind had been blowing up high and then the fast-moving clouds came. We could see this cloud coming over the range, so I hollered at Wayne, “If you blow it,” I said, “just keep on talking about something and when I tell you to, come on out.” And when he started to read this service, the cloud passed right over the scene. He was reading a burial litany and it gave a very good effect.»
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Walk the Line (2005), James Mangold |
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Red River (1949), Howard Hawks |
sábado, 9 de fevereiro de 2019
Entrevista no podcast "À Beira do Abismo"
O Rui Alves de Sousa há-de ser a pessoa com mais iniciativa e energia que conheço. Crítico de cinema na Take Cinema Magazine, dos poucos que ainda acredita na relevância da blogosfera (para além do blog Companhia das amêndoas, ele é também fundador do colectivo Má Educação), co-criador ou criador dos podcasts Escolhe Tu e do já terminado Um Lance no Escuro... Mas o Rui é, acima de tudo, um amigo a quem dá sempre gosto trocar dois dedos de conversa. Ora, foi sob a perspectiva de uma conversa amigável que teve ele a simpatia de me convidar para aquele que é o seu podcast pessoal, À Beira do Abismo, o qual já venho seguindo desde há uns tempos, onde ele entrevista pessoas de diversas áreas (cinema, música, literatura, teatro...) que têm todas em comum o facto de serem bastante simpáticas e o terem coisas interessantes para dizerem. Como achei que faltava uma excepção à regra, aceitei, e os nossos temas de conversa resumiram-se às duas palavras mais bonitas do mundo (quer dizer, para mim são as duas palavras mais bonitas do mundo): cinema e Springsteen.
Deixo um sincero obrigado ao Rui pela experiência (até aqui era sempre eu quem segurava o microfone em entrevistas, e ainda bem) e votos para que continue a presentear-nos com o belo trabalho que tem feito em todos os diversos sites, blogs, podcasts, etc etc etc.
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