Um homem a cantar (para) os seus fantasmas.
Tudo no sítio certo.
Muito mais, até.
"He’s writing about the middle of the night, and he’s singing about it in the middle of the night. All by himself. He’s not evaluating his performances, he’s just blowing it out. That’s 'Nebraska'."
"The thing about Springsteen for me, though, is that he’s really good at everything musical he does: great writer, great singer, and great performer. Arguably, he’s one of the greatest performers of the rock era. Being successful at that, going from clubs to arenas to stadiums, the music gets bigger. The music gets more bombastic. It has to, really. But because of this, I think you can lose sight of Springsteen. Seeing him in a big, over-the-top place, an arena or stadium, doing these big performances, his virtues can be missed. You can lose sight of him as the great songwriter he is. So in that way, 'Nebraska' stands as his best record."
"In order to write about other people’s isolation, Springsteen had gone all the way into his own. And then, having created the document of his isolation in the form of an album called 'Nebraska', for the first time he was cut off from the audience that had always been there to provide the energy and life he fed on. The critic and writer Robert Palmer remarked of 'Nebraska', 'It’s been a long time since a mainstream rock star made an album that asks such tough questions and refuses to settle for easy answers—let alone an album suggesting that perhaps there are no answers.'"
O único debate acalorado, mais emotivo do que racional, quando não mesmo extremado, sobre indumentária feminina que me apetece participar nos próximos tempos é: "Quem nomeamos como a arcanjo das Angels no desfile da última 4ª feira?" Aconselho a mais pessoas o mesmo. Incluindo no actual parlamento.
"A si e ao senhor deputado André Ventura já só vos falta cantar o fado. Embora eu confesse que, por uma questão de fetiche musical, preferia ouvi-los trautear qualquer coisinha dos Gipsy Kings."
"O André Ventura falava em 30 câmaras, teve três. É só tirar um zero. Mas depois multiplicou o zero por três. Multiplicar zero por três deve ser a matemática da Festa de Hambúrgueres."
"Ó senhor deputado, esteja à vontade. Adoro barulhos disruptivos. Também já fui membro de uma claque organizada."
"Há uma coisa que os senhores falam verdade. Foi quando disseram que vieram para pôr o sistema a nu. E por isso elegeram candidatos do Only Fans e que fizeram ensaios em revistas."
"Iam ser os líderes da direita, levaram uma banhada do CDS. Iam acabar com a esquerda, perderam para a CDU. Os senhores são o PCP da direita. Mesmo quando perdem, ganham sempre."
"Isto é a política do pudim molotof: muito volume, pouco conteúdo. Bastou uma colherada e aquilo abateu."
Enquanto pacientemente aguardo a minha vez de votar, entretenho-me com um jogo: o de adivinhar a preferência partidária de cada um dos 5 membros da mesa de voto com base na respectiva aparência.
"One talks about a personality that lights up a room, she lit up a boulevard."
"Apropos of Nothing", Woody Allen
Aqui, em Aveiro, domingo não será só dia de eleições. Será, sobretudo, o desfecho desta contenda política entre dois irmãos, o mais velho (PS) e o mais novo (PSD), netos de um antigo presidente da câmara local cujo legado inspirou as candidaturas de ambos. Se Shakespeare fosse vivo, estaria a escrever mais uma da suas obras-primas partindo desta disputa fraterna pelo poder. O seu nome? "Rei Folar".
A minha vontade de votar num partido reduz a cada nova entrada do respectivo carro com o hino de campanha a tocar estrepitosamente na minha rua.
"Sociólogos com sorrisos terríveis vão ao telejornal dizer-nos que temos de despejar caldo-verde nos sapatos para combater a inflação. Mas é mais uma mentira do Sistema, nunca funciona, estão a rir-se na nossa cara, os preços continuam a subir e os nossos pés agora cheiram a couves e a desespero. É um insulto aos nossos antepassados, homens orgulhosos, habituados a pagar 15 escudos por uma bifana, mas o pão era pão verdadeiro, não esta esponja de supermercado; um pão que cheirava a império e trazia cabelos da Virgem de Fátima. Agora a comida é diferente, tem sal a menos e cores a mais, por causa dos lóbis. As elites pegaram no nosso ouro e entregaram-no aos chineses, em troca de crepes vegetarianos e bilhetes para a Champions. As elites estão a importar esquimós e a dar-lhes subsídios para matarem os golfinhos do Sado. Não vão ver isto nos telejornais, não é conveniente."
https://www.publico.pt/2025/10/05/opiniao/cronica/reconquistar-portugal-2149491Se “The Tortured Poets Department” foi um ligeiro deslize na carreira da Taylor Swift, “The Life of a Showgirl”, embora ainda não seja o retorno à grande forma, volta pelo menos a acertar-lhe o rumo. E prova que um disco com o devido trabalho de curadoria, um centro temático bem-definido (a fama, com todas as suas glórias e contendas, vantagens e sacrifícios, holofotes e sombras) e uma duração facilmente digerível (40 minutos), torna a audição bastante mais aprazível do que um álbum duplo mastodôntico e errático que, salvo esporádicas excepções, resulta numa experiência de soporífera repetição.
"Quantidade não é qualidade", já lá diz o adágio. E que bem sabe ouvir o devido pirete musical à cultura de cancelamento.