Como não deverá acontecer muitas vezes, faço questão de salientar esta: gostei de ouvir a Clara Ferreira Alves. Nomeadamente, ontem, quando, na nota final do Eixo do Mal, decidiu homenagear o realizador recém-falecido David Lynch pelo filme "The Elephant Man". Quando eu achava que seria mais uma pessoa a desdobrar-se em elogios exagerados ao "Mulholland Drive" (sério candidato a filme mais sobrevalorizado do século XXI) ou à 3a temporada do "Twin Peaks" (gerador dessa ocasião de um bizarrismo lynchiano onde tantos meios prestigiados chamaram de "bom cinema" ao que era simplesmente "má televisão"), eis que ela optou por um objecto estético humanista que ficou algo esquecido numa obra essencialmente protagonizada por títeres carnudos das fantasias oníricas do seu autor, chamando-lhe mesmo de "obra-prima".
Nisto, Clara Ferreira Alves é dos meus: prefere os Lynchs lineares aos surrealistas. Mas o meu predilecto é um ainda mais esquecido.
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