quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Para mim, é simples. Se um produto de investimento não pode ser explicado numa frase entendível para a generalidade das pessoas, então muito provavelmente trata-se de um esquema (Ponzi, pirâmide, o que for) à espera de desabar.

"O que é uma acção?" É parte de uma empresa.
"O que é uma obrigação?" É um empréstimo concedido a uma empresa.
"O que é um ETF?" É um "cesto" de acções e obrigações.
"O que é um PPR?" É um "cesto" de ETFs.
"O que é um certificado de aforro?" É um empréstimo concedido ao Estado português.

Mas perguntem a alguém que investe em criptomoedas se sabe do que se trata. Das duas uma: ou não consegue explicar, embora saiba que faz dinheiro (como os esquemas costumam fazer, pelo menos enquanto duram); ou então inicia uma conversa alongada (menos entendida do que decorada) usando termos inovadores e tecnologicamente sofisticados como "blockchain", os quais pretendem dar a sensação de total monitorização e segurança.

Obrigado, mas não. Quando há uma mexerufada de palavras complexas a apelar ao investimento, e quem a elas adere demonstra mais ganância do que conhecimento, então sei que o que está em causa não é a inovação, mas sim a opacidade. Já aconteceu no passado. Chamou-se "subprime".

https://www.jornaldenegocios.pt/mercados/criptoativos/detalhe/criptomoedas-burla-em-piramide-da-omegapro-lesou-156-portugueses

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