domingo, 16 de fevereiro de 2025

Vejo a reportagem do Now de ontem sobre as condições dos prédios lisboetas para onde vão morar os imigrantes indostânicos que aguardam os atestados de residência. 2 ou 3 beliches a caberem à tangente num quarto pequeno, sótãos de tecto baixo com 4 ou 5 colchões ao lado uns dos outros, meia dúzia de bilhas de gás fechadas numa cozinha sem janela aberta, paredes de tinta lascada, banheiras imundas, fios eléctricos expostos, a humidade, a sujidade, a parca salubridade de divisões onde nem dadas aceitaríamos estar mas que ali são cobradas por 900€ o mês.

Depois, vejo o debate que se lhe segue, onde perguntam ao presidente da junta de Santa Maria Maior, Miguel Coelho, como é possível ele deixar aquilo acontecer. Algumas das respostas: "Não é da minha competência"; "Não fiz nem tenho de fazer esse trabalho"; "O que é que eu tenho a ver com isso?"; "Quem permite isto é o país"; "Há portugueses que também vivem mal porque foram expulsos pelo alojamento local ou pela lei Cristas"; "Eu tenho é a ver com o buraco no passeio e o lixo na rua."

E, de súbito, diante de tamanha altivez e alijar de responsabilidades, as imagens daquelas casas não me parecem ser tão repugnantes.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Muitos malformados, uns quantos difamadores, um par de caloteiros, um agressor doméstico, um ladrão, um bêbado, um pedófilo e, a partir de hoje, um alegado violador.

Estão a ver, João Miguel Tavares, João Marques de Almeida e outros membros do comentariado nacional que afirmavam que linhas vermelhas e cercas sanitárias sobre o Chega eram erradas e que vender a alma política aos Mefistófeles das assembleias era uma inevitabilidade com que teríamos de aprender a saber lidar? Como querer que o pior de Portugal esteja presente nos mais altos cargos de poder? Como querer ter confiança em executivos coligados com companhias tão pouco recomendáveis, onde os "casos e casinhos" passariam a ser casos e casões? Como querer, enfim, que fique numa bancada de governo aqueles com quem nem nos sentimos à vontade de sentar ao lado num banco de autocarro?

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Eu ainda me lembro de quando fazíamos parte do lamentável acrónimo PIGS e um presidente do Eurogrupo nos acusava de gastarmos tudo em (e cito) "copos e mulheres". De porcos, bêbados e mulherengos passámos para "motores da economia da zona euro". A fábula do patinho feio que se transforma em cisne gracioso aplicada à economia europeia. Pelo menos, neste momento.

https://zap.aeiou.pt/milagre-iberico-espanta-europa-espanha-e-portugal-sao-agora-o-motor-da-economia-da-zona-euro-658245

sábado, 8 de fevereiro de 2025

Vou criar um álbum chamado "Expressões de Sérgio Sousa Pinto a ouvir Maria Castello Branco no 'Contrapoder'". São as mesmas que faço quando leio as crónicas da Luísa Semedo no Público. Ou os tweets da Carmo Afonso. E vocês, amiguinhos? Quem é o comentador / analista / tudólogo que vos modifica desta forma o semblante?



sábado, 1 de fevereiro de 2025

Não vejo tv generalista. Ou antes, vejo muito poucas vezes. Vá lá, em bom rigor, só há 3 coisas que me levam a sintonizar nela:

1. O Ricardo Araújo Pereira;

2. Entrevistas a grandes personalidades da política nacional;

3. As raríssimas aparições, em programas da tarde, da Nelma Serpa Pinto. 

(Aos interessados, a resposta à tradicional questão, "O que dizem os teus olhos?", foi: "É importante olhar sempre bem à volta antes de seguir em frente.")