estar com uma degradação cromática que põe a imagem num vermelho infeliz, apesar das legendas em holandês, apesar de estar com uns debuxos que nos dão total garantia "sim rapaz, estais vendo do saudoso 35 mm", a cópia de The Immortal Story exibida na Cinemateca bem mostra que esta obra é uma das maravilhas esquecidas do good old Welles. É vê-lo sentado a olhar melancolicamente de frente para a câmara, como quem ouve o arrastar tenebroso e lento da inevitável gadanha. Ou Moreau, belíssima, a soprar as velas com uma jovialidade inocente, sem perder um pingo da sua carnalidade. Junte-se isso aos brancos pacíficos dos planos com ela a contrastarem com os negros carregados dos enquadramentos com ele e temos motivos para gritarmos para os da fila de trás "E isto foi feito originalmente para a TV, senhores!". O Rossellini deve ter ficado orgulhoso enquanto adormecia agarrado às suas enciclopédias.
The Immortal Story (1968), Orson Welles |
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