«Truffaut pede emprestadas a Little Fugitive algumas ideias, nem que episódicas, para compor as "escapadelas" do seu alter-ago Antoine Doinel (...). Desde logo a sequência em que Doinel usa o dinheiro do almoço para jogar pinball num café e para depois pagar uma volta na atordoante roda giratória (...) lembra a viagem de Joey pelas atracções da feira popular de Coney Island, especialmente a sua primeira viagem de carrossel (...). A seguir, replicando um gesto de Joey, [Doinel] dirige-se a uma fonte para lavar o rosto.
(...)
Na cena final de Os 400 Golpes vemos resquícios dos instantes derradeiros de Little Fugitive (...) Doinel corre sozinho na praia deserta em direcção ao mar, contempla-o rapidamente pela primeira vez e vira-se para a câmara.»
Luís Mendonça, Fotografia e Cinema Moderno (Edições Colibri, 2017)
«A nossa Nova Vaga nunca teria existido se não fosse este jovem americano Morris Engel, que nos mostrou o caminho para a produção independente deste belo filme.»
François Truffaut
François Truffaut
Em cima: Les 400 Coups (1959), François Truffaut
Em baixo: Little Fugitive (1953), Morris Engel, Ray Ashley e Ruth Orkin
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