segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Primeiro, foi a irritabilidade que demonstrou no programa do RAP. Depois, foi a agressividade que não soube esconder na entrevista ao Sebastião Bugalho. Agora, é a "assertividade" (por simpatia, chamemos-lhe assim) em pedir que os comentadores televisivos do seu partido "ajam em unidade" com o trabalho da actual direcção (que é como quem diz, "não a critiquem").

Há, em Pedro Nuno Santos, um certo transtorno de personalidade narcisista que o torna particularmente melindrável diante da crítica e da dissidência de opinião. Diria que, na eventualidade de chegar ao poder, será uma questão de tempo até, como o outro que por vezes lembra, começar a levar à suspensão de jornais televisivos e a ligar irado às redacções.

sábado, 12 de outubro de 2024

 Na eventualidade do "The Palace" ser o último filme do Polanski, ca ganda plano para acabar uma carreira.

"O politicamente correcto é só boa educação."

Elon Musk fez, anteontem, o evento "We, Robot", onde anunciou as grandes novidades da Tesla, entre as quais se destacam um robot humanóide (com braços, pernas e a capacidade de dialogar normalmente) e veículos autónomos, onde o mais interessante é a "Robovan", espécie de autocarro eléctrico com capacidade para 20 pessoas, sem condutor e com design futurista à "Blade Runner".

Espera-se que os robots humanóides estejam à venda em 2026. E que os veículos autónomos entrem em produção em 2027. 

Os vídeos em baixo são roubados ao X de Marc Benioff, CEO da Salesforce, e repartilhados por Elon Musk. As reflexões entusiásticas ou desconcertantes (quando não ambas em simultâneo) que suscitam são totalmente da vossa autoria.


quinta-feira, 10 de outubro de 2024

 


Já tinha ouvido o Daniel Oliveira afirmar, sem ironia, que o PSD, ao invés de arranjar acordos com o Partido Socialista, tinha de procurar entendimentos com o Chega. No último domingo, n'"O Princípio da Incerteza", foi a vez de Alexandra Leitão, líder parlamentar do PS e braço direito de Pedro Nuno Santos, apresentar esse argumento. E, quando o seu colega de painel menciona o "não é não" e a grande linha vermelha que Montenegro, apesar de todas as pressões internas e externas, insiste em não quebrar, eis que Alexandra retoma aquela caricata tese pós-eleitoral de Rui Tavares (causadora, na altura, de gargalhadas até à esquerda): "Se os 50 deputados do Chega não contam, então quem devia ter sido chamado a governar era o PS porque a esquerda - PS + Livre + BE + PCP - tem mais deputados (91) que a AD e a IL (88)".

Tanta tinta corrida e tanta saliva gasta sobre o risco de normalização do Chega e eis que encontramos, 7 meses depois, parte da esquerda a ser contribuidora disso mesmo. E, quando lhe recordam do óbvio, ao invés de demonstrarem maturidade política, optam por encimar uma tese que já não é, sequer, o parlamentarismo a que tantos se agarraram para validar a controversa indigitação de António Costa em 2015. Para além de se esquecerem de que foi Pedro Nuno quem correu a anunciar que ocuparia o lugar da oposição nesta legislatura quando os resultados ainda nem estavam fechados.

E vejo, nas redes sociais, pessoas a referirem-se a isto como "grande inteligência". É grande, sim. Mas não é inteligência. É só falta de noção.

sábado, 5 de outubro de 2024

Desconstrução do culto da celebridade, paixão do palhaço marginalizado, calvário do proletário humilhado e ofendido, "One flew over the cuckoo's nest" meets "New York, New York" meets "And justice for all", hibridização entre o realismo social da Nova Hollywood com o artificialismo musical da Antiga, "Dancer in the Dark" em (muito) bom refeito com 200 milhões e com a única propriedade intelectual que é hoje garantia de viabilidade comercial (a dos super-heróis), duro, empático, polarizador, cru, trágico, desconcertante, e um dos mais singulares objectos cinematográficos a sair da terra do Tio Sam no último meio século.

O que eu não daria para ver a expressão de cada um dos incautos que nele entrarem ao serem confrontados com a última cena.

Joker: Folie à Deux (2024), Todd Philipps