O anúncio no Idealista dizia que a casa se encontrava numa zona "tranquila" onde as ruas eram "calmas". Fomos hoje visitá-la. O pormenor que faltou referir? O de que se encontrava imediatamente ao lado do cemitério. Mas justiça seja feita aos anunciantes: com esta vizinhança, tranquilidade é o que mais se pode ter.
Plano de Conjunto
terça-feira, 16 de setembro de 2025
sábado, 13 de setembro de 2025
Este ano, já tinha aprendido que é "merecida" uma pena de prisão a um humorista por um espectáculo de "stand-up". Nos últimos dias, aprendi que é "merecido" um activista político ser assassinado por causa das suas ideias.
Achava que, em 2015, o único aspecto positivo da horrível tragédia do Charlie Hebdo foi o da consensualidade de como nem desenhos nem piadas nem palavras eram equivalentes a tiros. Excepto, claro, para um alienado como o Gustavo Santos, que afirmava uma tese estulta de co-responsabilização por parte da vítima porque "se sou responsável pelo que digo, sou também responsável pelo que me acontece por causa do que digo".
Infelizmente, suspeito de que, se o massacre do Charlie Hebdo fosse hoje, seriam mais os "Eles estavam a pedi-las" do que os inúmeros "Je suis Charlie" que solidariamente surgiram na altura.
10 anos depois, aprendizes de Gustavo Santos é o que não falta por aqui. Honestamente, não conheço maior sinal de que a sociedade está irremediável e a civilização à beira de colapsar.
E merecemo-lo.
Sérgio Sousa Pinto, no Contrapoder de ontem, afirma que Cotrim de Figueiredo avança para as presidenciais porque, com ele, a conversa torna-se substantiva. Enquanto espectador, é um facto: os debates eleitorais onde a IL está presente forçam o confronto entre diferentes modelos económicos, sendo dos mais pedagógicos, estimulantes e recompensadores de assistir. Mas há algo que SSP não menciona: o facto de, em 2022, após ter ganho umas eleições que quadruplicaram o número de votos e octuplicaram o número de deputados da IL no parlamento, Cotrim de Figueiredo ter anunciado a sua demissão da liderança do partido. Agora, em 2025, nem ano e meio havia passado desde o seu sólido resultado nas europeias e Cotrim já anunciava a candidatura a Belém. E é esta aparente imprevisibilidade, este preocupante padrão em deixar o trabalho a meio, que torna o meu voto (e, acredito, o de outros tantos) em Cotrim tão reticente.
Cotrim de Figueiredo, por mais elevado que coloque o nível do debate político, é aquilo a que o mercado laboral veio a chamar de "job hopper". E um "job hopper" levanta sempre questões quanto ao verdadeiro comprometimento de alguém no longo prazo. Por outro lado, como confirmarão alguns membros de equipas de Recursos Humanos, não será também essa característica capaz de o aproximar tanto do eleitorado mais jovem?
sexta-feira, 12 de setembro de 2025
"O amor é como o atum: capaz de navegar oceanos."
Uma frase ouvida num casamento de há uns dias. Apesar de ter um contexto, não é por isso que sem ele passa a ser menos engraçada. Nem, já agora, a estar desprovida de uma inesperada sabedoria.
quinta-feira, 11 de setembro de 2025
3 parágrafos para compreender Trump do seu "magnum opus" literário (risinhos)
"The final key to the way I promote is bravado. I play to people’s fantasies. People may not always think big themselves, but they can still get very excited by those who do. That’s why a little hyperbole never hurts. People want to believe that something is the biggest and the greatest and the most spectacular."
"Good publicity is preferable to bad, but from a bottomline perspective, bad publicity is sometimes better than no publicity at all. Controversy, in short, sells."
"Bullies may act tough, but they’re really closet cowards. The only people bullies push around are the ones they know they can beat. Confront a strong, competent person, and he’ll fight back harder than ever. Confront a bully, and in most cases he’ll fold like a deck of cards."
(Este último, na verdade, refere-se ao Ed Koch, antigo presidente da câmara de Nova Iorque. Mas como negar o efeito bumerangue que veio a ganhar com os anos?)
domingo, 7 de setembro de 2025
No outro dia, ao ligar a tv, vi o Pedro Marques Lopes a comentar futebol. Foi então que me ocorreu: ao fim e ao cabo, o que ele faz no comentário político não é comentário político mas apenas uma extensão do comentário futebolístico: precipitado, indignado, clubístico, exclusivamente focado na imagem e nada na substância. Está, em suma, mais perto de um Manuel Serrão do que de um Sérgio Sousa Pinto. O resultado é o que vemos todas as 5as no "Eixo do Mal": um confrangedor exercício de narcisista indignação ("Eu sempre disse"; "Como eu sempre disse"; "Lembro-me de ter aqui dito") feito de comentários por impulso com base em selectivas manchetes coloridas. O comentário político, quando bem elaborado, revela conhecimento histórico, cultura democrática e lucidez analítica (tudo características ausentes no Pedro), persuadindo o espectador das suas ideias independentemente do espectro político onde este se encontre. Bem sei que não é caso único, mas o Pedro é onde vejo estes defeitos de parte do comentariado nacional mais enfatizados.
Isto passou-se no X recentemente. Entre um post e outro distam 2 dias, o que mostra que há possibilidade de ele ter aprendido e poder actuar, daqui em diante, de forma mais prudente sempre que se sentar à frente de uma câmara ou do ecrã do telemóvel. Por outro lado, aquele "até pode ser que o que escrevi esteja certo" também indicia uma retratação incompleta e que, muito provavelmente, voltará ao mesmo estilo na próxima 5a.