No outro dia, ao ligar a tv, vi o Pedro Marques Lopes a comentar futebol. Foi então que me ocorreu: ao fim e ao cabo, o que ele faz no comentário político não é comentário político mas apenas uma extensão do comentário futebolístico: precipitado, indignado, clubístico, exclusivamente focado na imagem e nada na substância. Está, em suma, mais perto de um Manuel Serrão do que de um Sérgio Sousa Pinto. O resultado é o que vemos todas as 5as no "Eixo do Mal": um confrangedor exercício de narcisista indignação ("Eu sempre disse"; "Como eu sempre disse"; "Lembro-me de ter aqui dito") feito de comentários por impulso com base em selectivas manchetes coloridas. O comentário político, quando bem elaborado, revela conhecimento histórico, cultura democrática e lucidez analítica (tudo características ausentes no Pedro), persuadindo o espectador das suas ideias independentemente do espectro político onde este se encontre. Bem sei que não é caso único, mas o Pedro é onde vejo estes defeitos de parte do comentariado nacional mais enfatizados.
Isto passou-se no X recentemente. Entre um post e outro distam 2 dias, o que mostra que há possibilidade de ele ter aprendido e poder actuar, daqui em diante, de forma mais prudente sempre que se sentar à frente de uma câmara ou do ecrã do telemóvel. Por outro lado, aquele "até pode ser que o que escrevi esteja certo" também indicia uma retratação incompleta e que, muito provavelmente, voltará ao mesmo estilo na próxima 5a.
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