quinta-feira, 24 de julho de 2025

Bots, redes sociais, intervencionismo norte-americano, jornalismo politicamente enviesado, manipulação da opinião pública, bilionários de sonhos utópicos civilizacionais, conluio entre poder político e corporativo, invasões de nações soberanas sob o pretexto de derrubar lideranças tirânicas, teorias da Grande Substituição, o medo anti-"alien" (onde o alien quer dizer menos "extraterrestre" do que "estrangeiro")... sai-se da sala com a impressão de ser ter visto o jornal da noite cheio de efeitos especiais, tal é o escapismo pouco escapista no modo como a tela não faz esquecer o mundo lá fora, mas, antes, providencia uma máscara (e uns boxers por cima das calças) para reflectir sobre ele. Quando, dentro de uma década ou duas, fizermos uma lista de filmes políticos que tenham sabido encapsular o zeitgeist dos 2020s, não me admirará se este filme ocupar um dos lugares cimeiros. Óptima surpresa. E ainda faz rir.

(E, claro, a Sara Sampaio. Não bastava ser estupidamente gira, ainda é uma actriz muito fácil de simpatizar. Mas que não fique aprisionada neste tipo de papel como o outro nosso conterrâneo Joaquim de Almeida ficou no de mafioso latino-americano.)

Superman (2025), James Gunn

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