Ouvir-se-á falar muito sobre "O Exorcista", "The French Connection" ou "To Live and Die in LA" nos próximos dias. Mas a "finest hour" do Friedkin foi o Coppola quem a soube identificar, há uns anos, quando lhe perguntaram que filme tinha visto que o fez questionar se alguma vez faria algo ao seu nível. Respondeu o autor da obra-prima "O Padrinho Parte III": «"The People vs. Paul Crump". Eu nunca fiz um filme que salvasse a vida de um homem, mas o Billy [William] Friedkin fez.»
Para quem não conhece a história: em 1953, cinco homens assaltaram uma fábrica e mataram um polícia. Paul Crump foi um dos homens apanhados no local, acusado de homicídio e condenado à cadeira eléctrica. O Friedkin fez esse filme para provar aquilo que acreditava ser a sua inocência. O governador de Illinois, Otto Kerner, ao ver o resultado final, ficou "profundamente comovido" (palavras do próprio) e garantiu-lhe clemência.
Já ouvimos, e sempre num sentido metafórico, a expressão de que determinado filme (e há tantos) mudou a vida de alguém. Mas que a tenha reconcedido num sentido literal, só conheço dois (o outro, claro, é "The Thin Blue Line"). Que Friedkin tenha mostrado ao mundo que o cinema também tem esse efeito é talvez o mais bonito e importante legado que um realizador possa deixar.
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