Já há muito que tenho esta teoria: o teste do algodão que assegura a grandiosidade de um artista musical popular é ouvi-lo em acústico. Tire-se a complexidade das produções de estúdio da música contemporânea e avalie-se como se aguentam as canções naquilo que define o "back to basics": uma voz, uma guitarra e a força das letras. Quando bem-sucedida, uma versão acústica deixa a substância lírica e desempenho vocal melhor evidenciados, removendo o que antes estava ligeiramente abafado pelo arsenal electrónico que assegura a comercialidade de um "hit", para aproximar ainda mais o ouvinte das emoções, ideias e reflexões que levaram o cantautor a escrevê-la. Sei que são opiniões pouco consensuais, mas é por isso que faço parte do pequeníssimo grupo de pessoas que diz que o grande disco dos Nirvana é o "MTV Unplugged in New York" e que prefere o trio de álbuns acústicos pouco célebres do Springsteen ("Nebraska", "The Ghost of Tom Joad", "Devils & Dust") a alguns dos mais famosos e recordados ("The River", "Born in the USA", "The Rising").
Dito isto, o que peço para Maio é só uma coisa: que, no meio de todos os bailarinos, cenários, gruas, jogos estroboscópicos de luzes e outros componentes faustosos que caracterizam a megalomania broadwayesca de um concerto da Taylor Swift, haja tempo - nem que sejam apenas 5 minutos de glória confessional como estes - para a simplicidade do ambiente intimista de uma mulher iluminada por um modesto holofote a meio da noite, a sua fiel guitarra e as histórias que tem para cantar. E nós com ela.
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