Aquilo que caracteriza um filme do James Mangold é o seguinte: há uma personagem com um defeito físico particular, símbolo somático da insegurança, do medo, do cansaço, em suma, de alguma espécie de vulnerabilidade que o herói mangoldiano traz dentro de si, o que o leva a entrar numa jornada pessoal de auto-superação: "Heavy", um cozinheiro obeso que tenta dizer a uma rapariga que a ama; "Copland", um xerife semi-surdo que luta contra a corrupção policial da sua cidade; "3:10 to Yuma", um rancheiro de pé amputado que leva um bandido procurado a uma locomotiva; "Logan", um mutante de corpo envenenado que transporta uma criança para longe da violência. E em "Indiana Jones and the Dial of Destiny" é um arqueólogo envelhecido que tem de salvar o mundo dos nazis uma última vez.
É um filme do Indy? Sim. E, tão ou mais importante do que isso, é também um filme de James Mangold. Foi possível ter-se, se não o melhor, algo pouco longe disso, dos dois mundos. Que se arrume o chicote e o chapéu Fedora de vez.
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