«"Bem, foi bastante chocante, devo confessar - havia sangue por todo o lado!" Alfred Hitchcock começou subitamente a dizer da parte de trás do elevador do NY St. Regis Hotel, enquanto descíamos para o átrio. O elevador tinha acabado de parar e 3 pessoas vestidas para a noite tinham entrado, e imediatamente Mr. Hitchcock começou a falar, como se estivesse no meio da frase e a projectar aquele tom de TV cuidadoso e familiar dele.
Ele continuou, "Havia uma corrente de sangue a jorrar da orelha e outra da boca dele." As pessoas reconheceram-no imediatamente, mas agora pareciam que estavam propositadamente a evitar olhá-lo. Ele continuou, a olhar beatificamente para a frente à medida que o elevador parava outra vez e outro casal bem vestido entrava: "Claro, havia uma enorme piscina de sangue no chão e as roupas dele estavam manchadas com ele - Oh, que confusão horrorosa!"
Parecia que ninguém no elevador respirava. "Sangue por todo o lado! Bem, eu olhei para o pobre homem e disse, 'Meu Deus, o que é que lhe aconteceu?'" Neste momento, as portas abriram-se para o átrio, e Hitchcock disse, "Sabes o que é que ele me disse?" e depois parou. Passado um momento, e muito relutantemente, os outros passageiros saíram do elevador e olharam para trás, à medida que nos afastávamos.
Perguntei, "Então, O QUE É QUE ele disse?" e Hitchcock sorriu de forma benevolente, pegou no meu braço, e disse, "Oh, nada - é apenas a minha história de elevador."»
(Da introdução do Who the Devil Made It: Conversations with Legendary Film Directors.)
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