Uma história gira da autobiografia do DeMille sobre a origem daquilo a que é designado na fotografia e no cinema como "Iluminação Rembrandt", e para lembrar que Miguel Ângelo e Maquiavel têm de andar de mãos dadas, de quando em vez.
«Uma boa parte da magia do Belasco no palco era o seu maravilhoso uso de efeitos luminosos. Treinados nessa escola, Wilfred Buckland e eu decidimos experimentar [durante a rodagem de "The Warrens of Virginia"], tal como o D.W. Griffith e o Billy Bitzer também estavam a fazer, com efeitos de luzes especiais. Estava à procura de naturalismo: se um actor estava sentado ao lado de um candeeiro, era grosseiramente irrealista mostrar ambos os lados do rosto igualmente iluminados, portanto, com alguns holofotes emprestados da Mason Opera House, começámos a fazer sombras onde elas apareceriam naturalmente.
Buckland, Alvin Wyckoff, e eu ficámos muito satisfeito connosco próprios enquanto artistas, até a primeira cópia de The Warrens of Virginia ter chegado a Nova Iorque, e um Sam Goldfish muito perturbado ter mandado um telegrama a perguntar o que estávamos a fazer. Não sabíamos que se mostrássemos apenas metade da cara de um actor, os exibidores só quereriam pagar metade do preço habitual de um filme?
Há alturas em que o Miguel Ângelo mais puro é ajudado por um toque de Maquiavel. Jesse e eu respondemos ao Sam a dizer que, se os exibidores não sabiam o que era a "Iluminação Rembrandt" quando a viam, pior para eles. A resposta do Sam estava exultante de alívio: por "Iluminação Rembrandt" os exibidores iriam pagar o dobro!»
The Cheat (1915), Cecil B. DeMille |
The Golden Chance (1915), Cecil B. DeMille |
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