Não, agora a sério. Sou eu o único que, quando lê numa receita a instrução "Triturar grosseiramente", não interpreta outra coisa que não seja pegar na picadora, depositar nela os ingredientes e pressionar o botão enquanto solta impropérios relacionados com as mães dos ditos?

João Miguel Tavares escreve, no Público, sobre o "princípio de Peter" (aquele que preconiza que um trabalhador sobe na cadeia hierárquica até mostrar o seu nível de incompetência). Mas creio que não será assim tão infrequente a aplicação do "princípio de Dilbert", aquele criado pelo cartoonista Scott Adams que defende como, por vezes, são justamente os incompetentes a serem promovidos porque, caso continuem no fluxo produtivo, estarão a perturbá-lo e ao desempenho dos seus colegas. A analogia é simples: se há um cirurgião desleixado no hospital, queremo-lo no bloco operatório ou na parte de gestão hospitalar? Se alguma vez conheceram algum líder que vos fez pensar como raio chegou àquela destacável posição, talvez seja o sr. Dilbert, e não o sr. Peter, quem melhor o explique. E assim também se explica como, em tempos, consegui atingir o cargo de gestor de projecto.

Enfim, a normalidade restaurada. E fica a lição sobre como vencer um debate contra um narcisista patológico. Ferindo-lhe onde lhe dói mais. No ego.