Deste lado quer-se muito ver The Other Side of the Wind. Enquanto não chega, ficam um par de excertos de Truffaut sobre Welles:
«A meu ver, todas as dificuldades encontradas por Orson Welles com o box office, e que certamente reprimiram o seu impulso criador, resultam do facto de ele ser um cineasta-poeta. Os financistas de Hollywood (e, para ser justo, o público do mundo inteiro) admitem a bela prosa, John Ford, Howard Hawks, ou mesmo a prosa poética, Hitchcock, Roman Polanski, mas muito mais dificilmente a poesia pura, a fábula, a alegoria, o conto de fadas."
"Orson Welles realizou filmes com a mão direita – Kane, Ambersons, os três Shakespeare, História Imortal, The Other Side of the Wind – e filmes com a mão esquerda, os thrillers. Nos filmes da mão direita, há sempre neve, nos da mão esquerda, disparos de fogo. Mas todos constituem o que Cocteau chamava de "poesia de cinematógrafo".»
(Na imagem, Huston, Welles e Bogdanovich nas rodagens do que esperamos que venha a ser um dos filmes do ano.)